15-10-2013, 21:04
Fabio Poli Escreveu:Olá Luciano, primeiramente parabéns pela viagem e seu relato, muito útil e, bem vindo ao fórum onde já entrou ajudando e muito.
Poderá fazer sua apresentação pessoal depois com tópico especifico p/ que a maioria possa lhe dar as boas vindas.
Estou planejando fazer roteiro parecido em janeiro/ 2014 dedicando 20 a 22 dias e assim que eu concluir a definição da rota vou buscar alguém que possa acompanhar. Caso não consiga alguém que tope ir junto, estou disposto a ir solo também. Pretendo sair entre dias 10 a 13/01.
Gostei muito do relato e vou abusar um pouco com umas perguntas até chegar a minha vez de ir rs.
A primeira dúvida é sobre o quanto sugere que se leve de pesos Argentino e Chileno p/ um passeio desses?
Chegou a reservar antecipado Hotéis em alguma cidade mais movimentada?
Quais os trechos que precisam de maior atenção com o aumento de altitude?
Chegou a passar situações de frio extremo? Onde? Que luva usou?
Não vou abusar muito por hora, depois tiro mais dúvidas rsrsrs.
Fábio,
Não se preocupe, tive muitas dúvidas e também procurei informações com amigos antes de ir.
Vou tentar responder na sequencia.
Em relação ao $, na Argentina levei 200 pesos para cada dia. Foi pouco e tive que passar dentro de algumas cidades no caminho para procurar postos que aceitassem cartão de crédito na ida. Isto atrasa a viagem de as vezes pode ser estressante. Depois de Mendoza este problema diminui um pouco.
No Chile não me preocupei muito com dinheiro, quase todos os postos (exceto um BR) aceitavam cartão de crédito, acabei voltando com alguns pesos chilenos. Abasteci na maioria das vezes nos postos da Copelco.
Levei 200 mil pesos Chilenos (gastei bastante na cidade de San Pedro de Atacama nos passeios, porque algumas lojas queriam cobrar um excesso de 19% para pagamentos em cartão de crédito) e 1.600 pesos argentinos.
Levei também 500 dólares como garantia, mas não gastei quase nada.
Em SPA há várias "casas de câmbio" que trocam até reais.
Reservei a maioria dos Hoteis pelo site booking, apenas o de San Pedro foi pelo decolar. Em algumas cidades como Antofagasta e Santiago fui direto para o Ibis. Atendimento bem antipático, mas tinham vaga. Das cidades que passei, só não reservei Santiago e Cordoba, nas demais fiz reserva, algumas na noite anterior a viagem...o site fica com descontos muito bons. Para Mendoza eu fiz isso, depois fiquei sabendo de alguns viajantes que quase não havia vagas na cidade devido ao feriado nacional no Chile, assim muitos chilenos foram passar uns dias em Mendoza. Os preços que já eram altos subiram ainda mais. Veja se vai haver algum feriado nas cidades nos dias em que vai passar.
Não senti quase nada em relação a variação da altitude, mas como dica a travessia da cordilheira é que merece mais atenção. Na subida, pela ruta 52 saindo da Argentina há uma variação razoável de altitude. Mas a mais casca grossa é com certeza a saída do Chile para a Argentina (alguns chamam de caracoles), uma sequencia de aprox. trinta curvas tipo cotovelo, com grande boa variação de altitude (tem a foto acima).
Me preocuparia mais com a desidratação (em mais de um dia fiquei sem ir ao banheiro durante a viagem na moto) e com a fome, portanto leve algo para comer que seja rápido e tenha uma boa carga de proteína/carboidrato. Levei aquelas bananinhas paraibuna...boas e rápidas, pena que depois enjoa.
Passei duas situações onde senti muito frio, nas mãos principalmente e mais especificamente nas extremidades dos dedos. A primeira foi na logo após a imigração, saindo da Argentina em direção a San Pedro. Passei por lá por volta de 3h da tarde, peguei temperatura entre 4 e 8,5 graus em grande parte do trecho. Muito deste trecho você passa perto de montanhas com neve até o limite da pista. Só melhorou depois que avistei a cidade de San Pedro, e com a descida a temperatura foi subindo até próximo de 20 graus.
A segunda situação foi por um evento especifico que acredito não irá precisar passar. Tive que sair de SPA para acompanhar minha esposa até o aeroporto de Calama. Como sai da cidade muito cedo, perto de 6h da manhã. Peguei temperatura minima de -5 graus. Nesta situação o aquecimento de manopla parece que queima a palma da sua mão e a ponta dos dedos vão virar pedra!
Levei duas luvas, uma para calor (alpinestars carbon curta) que utilizei na Argentina a maior parte do tempo e outra para inverno (spidy). Levei também uma luva para ser usada por baixo da luva de calor, da curtlo (a mais grossa), mas não precisei usar. Com ela a mão fica mais dura e em caso de chuva ela vai ficar encharcada, tornando a situação bem pior.
Há outras informações e situações que passei, que não me lembro agora, portanto pode mandar a dúvida...quem sabe eu me lembro.
A viagem é fantástica, paisagens que não vemos aqui no Brasil. Só não deixe que uma coisa saia da sua cabeça...que precisa voltar para contar a sua história.
Abs,
Luciano