01-10-2013, 11:40
Eu tenho visto e lido em alguns lugares que um mecânico tal ou qual condena veementemente a gasolina aditivada. Até frentistas de postos de gasolina têm opiniões definitivas sobre o tema. O conselho que dou nesses casos é: pergunte o motivo. Pergunte onde ele leu sobre isso, qual a fonte de pesquisa que chegou nesta conclusão. Claro que não há resposta, você ouvirá algo como "porque é ruim" ou "porque faz mal ao motor".
É apenas mais uma informação errada que vai se difundindo sem base científica e que cai no gosto popular apenas porque favorece a criação de teorias da conspiração, o pessoal adora isso. Lembro que quando as primeiras TV de 29" apareceram, difundiu-se uma informação que ela explodia, detalhe dado com líquido e certo por muita gente na época. Curiosamente, parece que as pessoas em geral gravam e repassam as informações numa velocidade proporcional ao tamanho do erro.
Então, vamos à informação técnica, mas que certamente não irá se difundir: a gasolina aditivada é a mesmíssima gasolina comum, tanto que é criada dentro do caminhão da distribuidora! Explico: o caminhão tanque vai até a distribuidora e enche seu tanque com gasolina comum, tipo C, sempre. Se ele quer entregar gasolina aditivada, o motorista recebe uma garrafa que contém o aditivo daquela distribuidora, que é simplesmente derramada dentro do tanque, sendo que a mistura se fará durante o tráfego do veículo... simples assim.
Esse aditivo vem sendo desenvolvido desde a década de 50 e já passou por várias versões segundo o desenvolvimento dos automóveis (carburadores, injeção centralizada, injeção multiponto, diferentes taxas de compressão, etc.). Já foi orgânico e hoje é mineral. Ele contém dois ou três produtos: um detergente, que remove ou desprende o carvão acumulado nas partes que entram em contato com o combustível; um dispersante, que evita que esse carvão volte a se acumular e ainda o coloca em dispersão na mistura ar/combustível; e eventualmente um corante para diferenciar o produto. Mas esqueça o detergente de cozinha, estamos falando de hidrocarbonetos, produtos que no final são queimados pela própria combustão do motor.
Claro que a proporção do detergente precisa ser muito pequena e seu efeito idem. Se ele fosse muito eficiente e soltasse todo o depósito de carvão de uma vez, o motor ficaria entupido. O efeito é muito leve, mas é suficiente para ser percebido ao longo de milhares e milhares de quilômetros. De qualquer forma, recomenda-se que quem nunca usou gasolina aditivada que inicie aos poucos misturando com a comum e aumentando a proporção a cada abastecimento justamente para evitar que o motor fique entupido pela eficiência do detergente (aumente 10% a cada abastecimento, por exemplo).
As grandes distribuidoras do planeta não param de fazer testes sobre a utilização desses aditivos para medir seus efeitos e melhorar suas formulações. A Petrobrás, p.e., tem muita informação interessante em seu site, mas o efeito final do produto pode ser visto aqui:
http://www.br.com.br/wps/portal/portalco...spersantes
Claro que consultar empresas com a Petrobrás soa menos interessante que formular teorias da conspiração e achar que as distribuidoras desenvolvem produtos que podem danificar os motores dos seus próprios clientes. Então, paciência, mas a informação está aí. Como alguém já disse: quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça.
Abraço!
É apenas mais uma informação errada que vai se difundindo sem base científica e que cai no gosto popular apenas porque favorece a criação de teorias da conspiração, o pessoal adora isso. Lembro que quando as primeiras TV de 29" apareceram, difundiu-se uma informação que ela explodia, detalhe dado com líquido e certo por muita gente na época. Curiosamente, parece que as pessoas em geral gravam e repassam as informações numa velocidade proporcional ao tamanho do erro.
Então, vamos à informação técnica, mas que certamente não irá se difundir: a gasolina aditivada é a mesmíssima gasolina comum, tanto que é criada dentro do caminhão da distribuidora! Explico: o caminhão tanque vai até a distribuidora e enche seu tanque com gasolina comum, tipo C, sempre. Se ele quer entregar gasolina aditivada, o motorista recebe uma garrafa que contém o aditivo daquela distribuidora, que é simplesmente derramada dentro do tanque, sendo que a mistura se fará durante o tráfego do veículo... simples assim.
Esse aditivo vem sendo desenvolvido desde a década de 50 e já passou por várias versões segundo o desenvolvimento dos automóveis (carburadores, injeção centralizada, injeção multiponto, diferentes taxas de compressão, etc.). Já foi orgânico e hoje é mineral. Ele contém dois ou três produtos: um detergente, que remove ou desprende o carvão acumulado nas partes que entram em contato com o combustível; um dispersante, que evita que esse carvão volte a se acumular e ainda o coloca em dispersão na mistura ar/combustível; e eventualmente um corante para diferenciar o produto. Mas esqueça o detergente de cozinha, estamos falando de hidrocarbonetos, produtos que no final são queimados pela própria combustão do motor.
Claro que a proporção do detergente precisa ser muito pequena e seu efeito idem. Se ele fosse muito eficiente e soltasse todo o depósito de carvão de uma vez, o motor ficaria entupido. O efeito é muito leve, mas é suficiente para ser percebido ao longo de milhares e milhares de quilômetros. De qualquer forma, recomenda-se que quem nunca usou gasolina aditivada que inicie aos poucos misturando com a comum e aumentando a proporção a cada abastecimento justamente para evitar que o motor fique entupido pela eficiência do detergente (aumente 10% a cada abastecimento, por exemplo).
As grandes distribuidoras do planeta não param de fazer testes sobre a utilização desses aditivos para medir seus efeitos e melhorar suas formulações. A Petrobrás, p.e., tem muita informação interessante em seu site, mas o efeito final do produto pode ser visto aqui:
http://www.br.com.br/wps/portal/portalco...spersantes
Claro que consultar empresas com a Petrobrás soa menos interessante que formular teorias da conspiração e achar que as distribuidoras desenvolvem produtos que podem danificar os motores dos seus próprios clientes. Então, paciência, mas a informação está aí. Como alguém já disse: quem tem olhos que veja, quem tem ouvidos que ouça.
Abraço!