24-08-2017, 17:52
Ao ler estes post um menos culto diria:
- Que bando de socialista.
Adorei cada palavra posta, cada subjetividade e objetividade, por conta da minha origem ter sido muito pobre, fui criado em vila. Meus pais são semianalfabetos e me ensinaram muito e nunca acreditei em meritocracia, pois vi e reconheço o que muitos fizeram por mim, claro que tive minha parte de esforço, mas muitos Ice apareceram em minha vida e eu tinha uma estrutura familiar que me impulsionava para a lógica de que o sucesso na vida era ter um emprego "trabalhar fichado". Mas, também tive meus momentos de engraxate de sapatos, vender vassora de palha nas ruas, trabalhar no armazém do português, e ser ajudante de pedreiro. Enfim, hoje sou, como minha querida mãe fala, doutor sem ser médico, e quando estudo sobre a meritocracia mais tenho certeza de que estava certo. Nunca pude competir em pé de igualdade com o colegas de escola que tinham uma invejável estrutura familiar que lhes propiciava (acho e sempre achei legítimo, se não for fruto de contravenção) para estudar. Assim, estamos falando de esforço próprio e não de meritocracia, estamos falando de possibilidades de escolhas, de visão de mundo e de homem, de sociedade.
Pois bem, lanço aqui algumas reflexões a respeito de uma ou outra premissa levantada:
- seguindo a corrente da psicologia estruturada por Freud, a psicanálise, a personalidade sofre a influência do temperamento (a grosso modo é de ordem biológica) e do caráter (elementos oriundos do nosso meio social e que nos dão referencias) assim, a personalidade é definida como a organização das emoções, a conduta que tomamos frente a uma realidade. Logo, se o meu meio afirma que tenho que trocar de moto a cada ano, que tenho que ter três motos (apesar de, particularmente o número é quatro), vou analisar estas falas segundo os elementos: caráter e temperamento. Imaginem, então um garoto morador de uma comunidade onde a polícia faz as abordagens mais violentas em comparação com um garoto do Morumbi. Esta é o enorme nó de uma sociedade injusta, eletista e cujos representantes dão de costas para esta realidade, pois vivem em um ambiente fantasioso e umbilical. Com isto, transferem à nós muitas das responsabilidades sociais que, na verdade, deveriam ser realizadas por políticas públicas inclusivas.
- se a lógica do capitalismo é ganhar dinheiro, independentemente da profissão o vendedor de bala tem lá a sua razão.
Passam por mim, todo semestre, jovens que são categóricos ao dizerem que estão completamente perdidos, pois ouvem daqueles que os amam que ser felizes e que dinheiro não é tudo (compre uma GS-1200, tudo bem pode ser uma GSA e viage pelo mundo) mas que por outro lado que eles tem que se formar e ser bem sucedido em um bom emprego (se é que, na plenitude existe algum, assim como as famílias).
- não estudar e ser milhonário é o que mais vejo, também tive o dissabor de conheçer alguns que chegam a comprar diplomas nas "fafufonhas" e são negociados diretamente com os empresários da educação. E tem ainda os que todo ano são processados pelo ministério público por comprar vagas ou gabaritos nos cursos de medicina, dentre outros.
E, para complementar a fala do Sal Silva, é muito pior termos um ex-presidente e que é doutor e que comprou um apartamento na Av. Fuch em Paris (devidamente comprovado, escriturado e frequentado), e que custa, hoje, €11.000.000. Se for somada a renda de professor e de presidente não seria possível fazê-lo.
-possibilitar que as filhas estudem fora do país e se permitir ser um cidadão do mundo, mesmo que impulsionado pelos problemas sócio económicos do país é extremamente lógico e aceitável. Desde de que siga andando de moto, kkkkkkkk
Caros, como bem agiu o Ice, sim, temos que olhar a nossa volta e oferecer oportunidades, mesmo que uma palavra ou um exemplo e dizer não ao relativismo barato que nos foi, por muito tempo imposto.
Grande abraço, pois vou relaxar e curtir a vida dando uma aula no mestrado.
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- Que bando de socialista.
Adorei cada palavra posta, cada subjetividade e objetividade, por conta da minha origem ter sido muito pobre, fui criado em vila. Meus pais são semianalfabetos e me ensinaram muito e nunca acreditei em meritocracia, pois vi e reconheço o que muitos fizeram por mim, claro que tive minha parte de esforço, mas muitos Ice apareceram em minha vida e eu tinha uma estrutura familiar que me impulsionava para a lógica de que o sucesso na vida era ter um emprego "trabalhar fichado". Mas, também tive meus momentos de engraxate de sapatos, vender vassora de palha nas ruas, trabalhar no armazém do português, e ser ajudante de pedreiro. Enfim, hoje sou, como minha querida mãe fala, doutor sem ser médico, e quando estudo sobre a meritocracia mais tenho certeza de que estava certo. Nunca pude competir em pé de igualdade com o colegas de escola que tinham uma invejável estrutura familiar que lhes propiciava (acho e sempre achei legítimo, se não for fruto de contravenção) para estudar. Assim, estamos falando de esforço próprio e não de meritocracia, estamos falando de possibilidades de escolhas, de visão de mundo e de homem, de sociedade.
Pois bem, lanço aqui algumas reflexões a respeito de uma ou outra premissa levantada:
- seguindo a corrente da psicologia estruturada por Freud, a psicanálise, a personalidade sofre a influência do temperamento (a grosso modo é de ordem biológica) e do caráter (elementos oriundos do nosso meio social e que nos dão referencias) assim, a personalidade é definida como a organização das emoções, a conduta que tomamos frente a uma realidade. Logo, se o meu meio afirma que tenho que trocar de moto a cada ano, que tenho que ter três motos (apesar de, particularmente o número é quatro), vou analisar estas falas segundo os elementos: caráter e temperamento. Imaginem, então um garoto morador de uma comunidade onde a polícia faz as abordagens mais violentas em comparação com um garoto do Morumbi. Esta é o enorme nó de uma sociedade injusta, eletista e cujos representantes dão de costas para esta realidade, pois vivem em um ambiente fantasioso e umbilical. Com isto, transferem à nós muitas das responsabilidades sociais que, na verdade, deveriam ser realizadas por políticas públicas inclusivas.
- se a lógica do capitalismo é ganhar dinheiro, independentemente da profissão o vendedor de bala tem lá a sua razão.
Passam por mim, todo semestre, jovens que são categóricos ao dizerem que estão completamente perdidos, pois ouvem daqueles que os amam que ser felizes e que dinheiro não é tudo (compre uma GS-1200, tudo bem pode ser uma GSA e viage pelo mundo) mas que por outro lado que eles tem que se formar e ser bem sucedido em um bom emprego (se é que, na plenitude existe algum, assim como as famílias).
- não estudar e ser milhonário é o que mais vejo, também tive o dissabor de conheçer alguns que chegam a comprar diplomas nas "fafufonhas" e são negociados diretamente com os empresários da educação. E tem ainda os que todo ano são processados pelo ministério público por comprar vagas ou gabaritos nos cursos de medicina, dentre outros.
E, para complementar a fala do Sal Silva, é muito pior termos um ex-presidente e que é doutor e que comprou um apartamento na Av. Fuch em Paris (devidamente comprovado, escriturado e frequentado), e que custa, hoje, €11.000.000. Se for somada a renda de professor e de presidente não seria possível fazê-lo.
-possibilitar que as filhas estudem fora do país e se permitir ser um cidadão do mundo, mesmo que impulsionado pelos problemas sócio económicos do país é extremamente lógico e aceitável. Desde de que siga andando de moto, kkkkkkkk
Caros, como bem agiu o Ice, sim, temos que olhar a nossa volta e oferecer oportunidades, mesmo que uma palavra ou um exemplo e dizer não ao relativismo barato que nos foi, por muito tempo imposto.
Grande abraço, pois vou relaxar e curtir a vida dando uma aula no mestrado.
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